A Geração Z já está no mercado, e, pra ser sincero, eles estão mudando tudo. Para quem é líder de produtos digitais – ou quer se tornar um – entender essa galera é essencial. Afinal, estamos falando de jovens que nasceram e cresceram com o mundo digital no DNA, e a forma como eles encaram trabalho, propósito e vida é completamente diferente das gerações anteriores. E, para quem acha que basta dar um laptop bacana e deixar trabalhar de casa, pode ser que seja hora de repensar algumas coisas.
Quem é a Geração Z, afinal?
Antes de qualquer coisa, vamos entender de onde veio essa galera. A Geração Z é composta por jovens nascidos entre 1997 e 2012, o que significa que eles cresceram em um mundo já completamente digital. Enquanto os Millennials viram a internet e os smartphones surgirem, a Geração Z já nasceu no meio disso tudo. Segundo a McKinsey, essa geração é muito mais pragmática e pé no chão do que os Millennials, em parte porque cresceram em tempos de crises econômicas, mudanças climáticas e uma ansiedade constante por um futuro incerto. Pra eles, tecnologia e informação estão à mão, mas isso não significa que não queiram (ou precisam) de mais.
Trabalho, Vida Pessoal e Saúde
A Geração Z não está só em busca de um salário e uma promoção bacana. Segundo a Deloitte, 77% dos jovens dessa geração consideram a cultura e o propósito da empresa antes mesmo de pensar em aceitar uma oferta de emprego. Ou seja, só pagar bem não garante engajamento. Pra eles, o trabalho precisa fazer sentido e, mais do que isso, ter algum impacto positivo no mundo. Quer algo mais desafiador pra nós, líderes?
E se você ainda está achando que eles só querem um trabalho pra pagar as contas e o happy hour, vale dar uma olhada na Forbes. Lá, um estudo mostrou que essa geração busca qualidade de vida e flexibilidade. Parece preguiça pra alguns, mas, na real, é uma busca genuína por equilíbrio. Em um estudo recente do LinkedIn, 87% dos jovens da Geração Z mencionaram que a saúde mental é uma prioridade – e 45% disseram que preferem sair de um emprego se sentirem que o ambiente é tóxico.
Redes Sociais e Saúde Mental
Se tem uma coisa que define essa geração, é o quanto eles vivem conectados. A GPTW lembra que eles são profissionais que se comunicam por redes sociais, absorvem informação em 280 caracteres e estão acostumados com uma dinâmica completamente diferente de vida. Mas não é só vantagem: a exposição constante aumenta a pressão, comparações, e isso tudo afeta diretamente a saúde mental. De acordo com um estudo da Harvard Business Review, 61% dos jovens da Geração Z sentem que precisam atingir padrões de sucesso quase irreais, o que leva muitos a batalharem com ansiedade e autocrítica.
E quais são os valores dessa turma?
A Geração Z quer um ambiente de trabalho inclusivo, diverso e que tenha um propósito real. Não querem ouvir discurso bonito; querem ver ações concretas. Eles são muito mais rápidos em perceber quando algo é só fachada. Na pesquisa da Glassdoor, 67% dos jovens dessa geração disseram que a diversidade é um fator importante na escolha de onde trabalhar. E, pra quem acha que isso é apenas “mimimi”, vale lembrar: eles buscam empresas onde podem ser autênticos e onde o respeito é real.
Mas, ao mesmo tempo, eles têm uma busca imensa por crescimento e desenvolvimento constante. Não é só querer subir na carreira; é se sentir valorizado e evoluir no dia a dia. O IBM Institute for Business Value fez um estudo e concluiu que a Geração Z é a geração que mais valoriza feedback frequente e quer sempre estar aprendendo. Sem desafios constantes, eles desmotivam rápido.
Dicas para liderar a Geração Z
Agora, se você está liderando ou pensa em liderar uma equipe cheia de talentos da Geração Z, algumas coisas podem ajudar – ou pelo menos evitar alguns estresses desnecessários:
Escuta Ativa é Fundamental
Essa geração quer ser ouvida, e isso não é um capricho. É como eles sentem que fazem parte do processo. Abra espaço pra eles se expressarem. Isso gera confiança e engajamento real.
Flexibilidade, Flexibilidade e Flexibilidade
Não adianta. O modelo de trabalho presencial já era. Um estudo da FlexJobs mostrou que 84% dos jovens da Geração Z preferem empregos que oferecem trabalho remoto ou híbrido. Se puder, ofereça essa opção. Eles valorizam o tempo pessoal e, principalmente, a saúde mental.
Feedback Constante
Essa geração não quer esperar um ano para saber como está indo. Eles precisam de feedback rápido e direto. Segundo a Gallup, 60% dos jovens da Geração Z preferem feedback semanal – sim, semanal – pra se sentirem motivados e seguros.
Autenticidade e Inclusão Real
Diversidade e inclusão não são só slogans. A GPTW destaca que empresas com uma cultura inclusiva conseguem engajar muito mais essa geração. Quer retê-los? Seja autêntico.
Conecte o Trabalho ao Propósito
Essa geração quer saber o “porquê”. Mostre o impacto do trabalho deles no mundo e como isso se alinha com valores maiores. Segundo a Deloitte, 55% dos jovens da Geração Z preferem empresas que demonstrem compromisso com impacto positivo.
Cuide da Saúde Mental
Esse é um ponto que não dá pra deixar de lado. A American Psychological Association já mostrou que a saúde mental deve ser parte central da cultura pra que esses profissionais se sintam acolhidos e produtivos.
Conclusão
Liderar a Geração Z pode parecer desafiador, mas, na verdade, é uma chance de repensar nossa forma de trabalhar e liderar. Eles trazem uma nova perspectiva e nos fazem questionar práticas que, convenhamos, já estavam ultrapassadas.
Não adianta remar contra a maré – estima-se que, até 2030, a Geração Z representará 30% da força de trabalho. Agora é o momento de entender o estilo de trabalho desses jovens e adaptar nossas empresas e rotinas para atendê-los. As empresas que se anteciparem e ajustarem seus ambientes para conquistar essa geração vão atrair e reter os melhores talentos.